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Preso No Passado
04:53
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http://samuelvelho.blogspot.com/
(Improvisação de Samuel Velho)
Preso No Passado é uma improvisação ao Piano. Carreguei no REC e deixei as emoções fluirem... É a única música que fiz até hoje que demorou tanto tempo a fazer como o tempo que se demora a ouvi-la.
Como nasceu: antes desta gravação, às vezes ia tocar umas notitas nos pianos da esart. Não sei tocar piano, mas queria habituar os ouvidos ao som de um piano a sério (num mundo com tantos samplers de pianos reais, o ouvido perde-se um pouco...). Comecei por tocar melodias simples ao piano, algumas delas bem conhecidas, e depois distraia-me com alguma improvisação. Houve vários desses momentos que, depois de muita nota fora do sítio, lá surgia inconsciente, uma melodiazita que se prezasse.
Antes de gravar a Preso No Passado, estava a começar uma nova música. Decidi pegar num piano, e gravar uma frase melódica que me tinha invadido a cabeça. Entretanto devo ter começado outra linha para complementar a primeira ideia... sinceramente já não me lembro bem do processo. Meses mais tarde, quando estava à procura de ideias melódicas incompletas para adaptar a um jingle que iria rodar num vídeo, fui à pasta dos "Apontamentos" e abri uma série de projectos. Num desses projectos, estava uma faixa desactivada. Quando a activei para ouvir, logo me lembrei que era uma improvisação parva que tinha feito ao piano. As notas apareciam timidamente, e estava a tocar com notória insegurança. Mas deixei tocar... Curiosamente, até nem parecia estar péssimo... Quando ouvi uma terceira e quarta vez, reparei que tinha feito, inconscientemente, um improviso com estrutura. Inclusivé certas notas, supostamente erradas, soavam certas naquelas progressões harmónicas.
Outro dia assisti a uma entrevista com um pintor que se tinha inspirado em frases de Fernando Pessoa para pintar uns quadros. Ele respondeu, com paixão, que os seus melhores quadros eram aqueles que demoravam duas horas. Pois nesses trabalhos havia fluidez, e era tudo feito sem parar. Noutros quadros onde ele demorara semanas, foi preciso muito engano, tentativa e erro para que o quadro tivesse a correcta... "harmonia".
Espero um dia poder pintar, em duas horas, quadros músicais como este senhor. Há sempre um ponto de partida...
Esta peça improvisada foi um verdadeiro desabafo. Um processo meditativo, até... Espero que a sintas como eu a senti, quando a toquei :)
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Se Me Conseguires Ver
04:44
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http://samuelvelho.blogspot.com/
(Letra e Música: Samuel Velho)
Perco-me
Numa noite urbana em dor
Mascarada de metal e cifrão
Olho-te
Procuras algo mais garantido,
Assustas-te e voltas a
olhar para o chão.
Se me conseguires ver
Diz-me o que encontraste
Cada vez mais sinto que vou
andando por arrasto.
Se me fores perguntar:
"O que é que tu tens?"
Não vou conseguir libertar
pensamentos reféns.
Fecho-me
No meu quarto a ver tv
E começo a desligar.
Deixo-me
Levar nas ondas da multidão
Não vale a pena sonhar.
Refrão
Perco-me
De novo ao luar de uma nova noite
E vejo-te a divagar.
Sinto-te
Formatado por uma sociedade
Que te faz não questionar.
Se me conseguires ver
Diz-me o que encontraste
Cada vez mais sinto que vou
andando por arrasto.
Se me fores perguntar:
"O que é que tu tens?"
Não vou conseguir libertar estes
pensamentos reféns.
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3. |
Pastor do Mar
05:17
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http://samuelvelho.blogspot.com/
(Letra de António Jacinto Pascoal. Música de Ricardo Gordo e Samuel Velho)
Plantei árvores, passei rios
Eu fui como a paz no tempo
O grande corpo do vento
Deu-me lágrimas em fios
Fui bom servo mas reinei
Quis a morte, quis a vida
Andei anos à deriva
Vi mudar a sorte e a lei
Fui pastor mas vim do mar
E hoje digo a cantar
Quis amar o mar e a liberdade
Vem de lá do sol nascente
Dá-me cravos encarnados
Tenho a paz no bem presente
Plantei campos, passei dores
Fiz da luta a minha vida
Quis ser livre sem medida
Fiz dos sonhos mais amores
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4. |
Revolução dos (es)Cravos
03:39
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http://samuelvelho.blogspot.com/
(Letra e Música de Ricardo Gordo e Samuel Velho)
Revolução! Liberdade!
para as ruas da nação
Nasce um novo Portugal
De política fatal
Foi aclamada a democracia
Muita gente já sonhava, o governo prometia
e o povo até sorria.
Juntámos a flor ao manifesto,
deixámos de ter voz, e agora os
(es)cravos somos nós.
Sai para a rua e faz ouvir a tua voz
- (es)Cravos somos nós
Já não há tempo a perder
Junta-te a nós
Cheirava tudo a demagogia
Já ninguém acreditava, o governo prometia
Uma falsa poesia
Enquanto a flor ia apodrecendo,
O zé povinho foi empobrecendo, e agora os
(es)cravos somos nós.
Refrão
Tens o direito de votar
Tens liberdade de expressão
A tua acção pode mudar
O estado da nossa nação
Refrão
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